04/11/2007

Quadras dedicadas á Feira de Castro

Mote:

Adeus ó Feira de Castro
Que já te fico conhecendo
Levo as unhas de pau gasto
E as bordas do cu ardendo






Foi uma cantiga cantada
Pelo coxo de Alfundão
Uma noite num serão
Ás quatro da madrugada
Na caixa não tinha nada
E o tempo corria áspero
Com muitas nuvens no astro
Sem ter casa nem gorida
Faço a minha despedida
Adeus ó Feira de Castro




A Joséfinha coitadinha
Tocava a sua guitarra
Sempre metida na farra
Uma noite inteirinha
Não vejo que sou ceguinha
É por isso que estou sofrendo
Mas apesar de não estar vendo
A feira estou a sentir
E por tantos anos cá vir
Já te fico conhecendo




E o Matias que também andava
Nessa dita companhia
Da Joséfinha era o guia
Que pela mão a levava
Tudo gente que cantava
Naquelas casas de pasto
Partiram sem deixar rasto
Alunos da mesma escola
E com tanto tocar viola
Levo as unhas de pau gasto



Com o cante no sentido
Já chegou o Zambujeira
Sentou-se numa cadeira
Ficou no grupo metido
Ali ficou entretido
Foi cantando e foi bebendo
Pelo jeito que estou vendo
Vou ficando embriagado
E com três dias assentado
E as bordas do cu ardendo

Poeta popular Manuel Mira

Tradições perdidas

Plano Guia

Introdução:
-O que é a feira de Castro.

Desenvolvimento:
-Como era antigamente;
-Quais as tradições que a acompanham e que se perderam no tempo;
-Como a feira é vista hoje em dia.

Conclusão:
-Aquilo em que a feira se transformou.


Dissertação


Feira de Castro, onde cada visitante se perde num mar de tradições, ou será que não? Sem dúvida que um dia assim o foi, mas será que ainda o é? Bem apesar disso esta é hoje em dia a maior feira do Baixo Alentejo e a que atrai mais pessoas, embora a sua essência não seja a mesma de outrora.
Em tempos de extrema pobreza, oito dias antes da feira já Castro Verde via reuniões familiares e a chegada de visitantes, feira esta que não tinha duração máxima, mas um mínimo de quatro dias. Havia a rua dos sapatos, das plicas (roupa de lã), dos ourives (ouro), do cobre e até uma rua de “meninas”, uma feira onde era obrigatório provar as batatas doces cozidas pelas velhas algarvias, que ao que se conta eram únicas, e em cada taberna em que se entrasse podia ver-se os homens a cantar a despique, e tudo isto debaixo do cheiro das “maçãs da feira de Castro”,que impregnavam a vila enquanto a feira durasse.
Hoje quem vai á feira de Castro apenas vê barracas de roupa e sapatos, já não existe a tradicional feira de gado, e a única coisa que marca a feira para a juventude são as músicas completamente enlouquecedoras dos carros de choque e do grilo, que de certa forma devem ser a evolução dos carrosséis, do poço da morte e dos circos que outrora acompanhavam a feira, mas felizmente mantém-se o cante a despique, graças a algumas entidades, embora seja completamente menosprezado.
Um olhar sobre a feira actualmente, e de alguém que não tenha conhecimento da tradição, apenas revela os divertimentos e o tendeiros que vendem roupa e sapatos.
Graças a muitas pessoas tenta-se manter um aspecto tradicional na feira embora nada se compare á riqueza que já teve, é por isso que apesar de não esconder o orgulho que tenho na feira de Castro também não tenho problemas que nela vejo uma casa degradada na qual cada parede é uma tradição desmoronada.


Rui Ribeiro

Vamos à Feira!


Plano Guia

· Introdução:
- Feira Anual


· Desenvolvimento:
- Sons e Cheiros associados à Feira
- Encontro de pessoas e gerações
- A feira acaba e tudo volta ao normal


· Conclusão
- A tradição volta no ano seguinte

Texto Informativo-Expositivo

Todos os anos, no terceiro fim-de-semana de Outubro, chega à nossa vila, a Feira de Castro. É neste fim-de-semana que Castro Verde ganha uma alegria e uma invasão tremenda, onde odores e sons se cruzam, formando a maior feira do Sul do país.

Entre a multidão frenética e agitada, sobressai, frequentemente os grandes pregões dos comerciantes que tentam vender os seus produtos; esta agitação é minimizada pela barulheira infernal dos carrosséis e dos carrinhos de choque, que entretêm a juventude. Mas entre toda esta “poluição” sonora, há cheiros que se misturam no meio da multidão: há um cheiro intenso ao polvo e a castanha assada, ao odor suave do algodão doce e o característico cheiro da raça cigana; e para acalmar toda esta invasão de cheiros e sons diferentes desta região, a feira traz-nos a dedilhação da Campaniça, o tradicional canto alentejano e as marchas alegres da Filarmónica.
Esta feira não serve só para comprar e vender produtos, mas também para conhecer amigos e encontrar familiares, partilhando experiências entre várias culturas.
Ao acabar estes três dias de grande alegria e euforia, a Feira de Castro acaba, e com ela vão estes milhares de pessoas que visitaram esta vila para vir comprar, conhecer, e reviver experiências doutros anos.
A feira termina este ano, mas a tradição nunca irá acabar; a Feira de Castro será sempre reconhecida no sul do país, prometendo voltar todos os anos em Outubro.


David Pardal

Feira de Castro

Plano-Guia

* Introdução
- Quando se realiza
- O que representa

* Desenvolvimento
- Feirantes
- Convívio
- Sensações (cheiros e sons)
- Pessoas marcantes

* Conclusão
- Síntese



Texto Informativo-Expositivo:

É entre os dias 19 e 21 de Outubro que se realiza a feira de Castro Verde. Esta representa o maior evento anual organizado pela vila situada no distrito de Beja.
A feira de Castro Verde sofreu algumas alterações ao longo dos anos, mas nunca se desprezou a razão da sua existência, ou seja, comprar e vender. Alguns dias antes do início desta romaria, os feirantes iniciam a rota que os leva até Castro Verde. Vêm de todos os pontos do país para vender a sua mercadoria, de modo a ganharem dinheiro para conseguirem sobreviver.
A feira abre as portas a todos os visitantes dia 19 de Outubro, sexta-feira, embora domingo, 21 de Outubro, seja o dia principal e de maior afluência por parte das pessoas que a visitam.
Este evento proporciona o convívio, quer entre os feirantes, que partilham experiências do ano que passou, quer entre os visitantes, existindo a possibilidade de conhecer novas pessoas.
Ao percorrer a feira, existe sensações que despertam a atenção dos visitantes: o cheiro do algodão doce, das pipocas, do polvo e das farturas, e o som dos pregões dos vendedores e de vários tipos de música, como por exemplo as bandas filarmónicas e a música portuguesa vinda das barracas.
Nesta feira há pessoas que marcam de qualquer forma os visitantes, entre elas os senhores da lotaria, dos cajados, das castanhas, das sapatas de lã, dos balões e os pedintes.
Assim, a feira de Castro Verde, embora vá perdendo algumas das suas característica com o decorrer dos anos nunca deixará de ser uma romaria recheada de emoções e muito divertimento.


Raquel Pardal

03/11/2007

A nossa feira

Plano Guia:

  • Introdução: - Romaria anual
  • Desenvolvimento: - Odores associados à feira
    - Sons característicos desta romaria
    - Local de encontros
  • Conclusão: - No próximo ano os rituais continuam


Comentário:

Castro Verde, corre o mês de Outubro e com ele uma leve brisa paira no ar, há o rebuliço natural desta altura do ano, o mesmo que desde há décadas assola esta pacata vila alentejana. É a Feira de Castro que se avizinha.
Sob o céu azul circula o cheirinho (desagrdável) do polvo assado, da fartura (saborosa) acabadinha de fazer, das castanhas ainda quentinhas que eu tanto gosto. São estes odores, tão característicos da nossa feira, que se entranham na pele e nos percorrem as veias; são eles que nos fazem palmilhar o recinto invadido por feirantes vindos de todo o lado.
À medida que a tarde passa e o céu vai ficando cada vez mais rosado, aumenta o ruído de fundo: os pregões irritantes sucedem-se, ouve-se o riso descontraído dos filhos dos vendedores, ao longe soa a música frenética dos carrinhos de choque, do grilo e dos carrosséis, mas o que mais nos fica nos ouvidos são as conversas cruzadas dos visitantes que todos os anos fazem desta romaria uma feira única no país e no mundo.
É sob a comunhão de sons e odores que as mais diversas gentes, vindas de norte a sul do país, se reúnem, trocam as experiências do ano que passou e levam consigo a alegria colorida e a energia vibrante tão característica da Feira de Castro e para a qual também eles contribuem.
Feira de Castro é o cheiro das castanhas assadas, é o som dos pregões, é o reencontro de pessoas e o cruzar de caminhos; e é por tudo isto que a cada ano que passa voltamos à feira e repetimos os rituais, pois sabemos que neste fim-de-semana de Outubro Castro brota juventude e nós, bem nós, brotamos felicidade.


Ana Nunes

02/11/2007

Outubro é o mês da feira de Castro

Plano Guia:
- Introdução:
· O que acontece em Outubro.


- Desenvolvimento:
· O fim da feira;
· Aqueles que limpam;
· Quem é que polui.


- Conclusão:
· A feira continua.

Comentário:
Todos os Outonos em Outubro há uma terra, no meio do campo branco, que se enche de novos cheiros e sabores, de pessoas que invadem e trazem consigo sons coloridos, essa terra é a minha terra, é Castro Verde. É com esta enchente de gente de todas as idades e cores que a feira de Castro começa.
Quando chega o dia em que a enchente se dispersa, os sons coloridos perdem a cor, e aqueles novos cheiros e sabores desvanecem há algo que resta sempre. Lixo. É isso que fica nas entranhas desta terra, lixo que não tem outro nome.
Há quem diga que quem polui são os feirantes, outros dizem que são os visitantes, mas na minha perspectiva, somos nós e não só, somos todos. É todo este conjunto de humanóides, que fazem desta feira algo de diferente, que sujam e poluiem.
Mas é quando as ruas e a vasta planície fica deserta que um grupo de pessoas surge no meio de todo aquele lixo. São as gotas dessas pessoas, devido ao suor do calor que se faça sentir ou da chuva que das nuvens possa cair, que fazem com que todo aquele amontado de lixo, toda aquela poluição desapareça. São essas pessoas que voltam a fazer com que a planície volte a ser chamada de campo branco.
E por mais gotas que sejam derramadas, por mais textos destes que sejam escritos, parece-me que haverá sempre o lixo. O que é certo é que, todos os anos, ocorre uma feira nesta terra, a feira de Castro Verde. E por ser aqui que occorre este evento, Castrenses acordem, não façam lixo, e tornem esta feira melhor ainda, melhor do com que já foi, pois esta é a nossa feira.



Rafael Mamede