17/02/2008

Revolução Musical

“A revolução está a caminho!/A revolução já começou” (1), letra dos 30 Seconds to Mars, que reflecte as mudanças a que assistimos no mundo da música, decorrentes da profunda crise que as editoras passam nos dias de hoje.
O abandono dos antigos suportes musicais – cd e cassete – em detrimento do formato mp3 é, a meu ver, a causa maior da lenta morte das grandes editoras musicais como a Universal ou Virgin que “não querem ler a mensagem” (2), na medida em que, com a Internet, não só as vendas de cd baixaram drasticamente como também aumentaram exponencialmente os downloads ilegais.
Na tentativa (falhada) de reverter a situação actual, as majors têm-se subjugado ao iTunes, dado que, apesar de cada música custar apenas 0,99€, parte do lucro é revertido para elas. Contudo, a culpa é também das discográficas que “ergueram as suas defesas demasiado altas” (3), isto é, elevaram os preços dos formatos tradicionais incitando, de certo modo, ao download ilegal.
Se por um lado as bandas de garagem continuarão a precisar das editoras musicais para atingirem o mainstream, por outro lado, cada vez mais intérpretes de renome têm abandonado o catálogo das majors tal como os Radiohead. Devido à crescente independência financeira dos artistas que apostam na produção dos próprios cd’s e ao incremento da importância dos concertos que são, actualmente, a maior fonte de rendimentos “um novo dia virá, e eles serão finalmente livres.” (4).
Os concertos são, de facto, o Santo Graal das bandas, uma vez que possibilitam não só a fidelização dos fans como também a captação de novo público, através das tradicionais e já gastas estratégias de marketing como a bandeira do país às costas. No entanto, tendo em conta a minha experiência pessoal com os 30 Seconds to Mars, nos concertos existe uma verdadeira e honesta comunhão entre a banda e a público, reflectida no surpreendente e não programado acústico, onde Jared Leto proferiu: “Nós adoramo-vos tanto que vocês nem fazem ideia” e “Será que podemos regressar a Portugal para o resto das nossas vidas?” que testemunham a sua entrega apaixonada às 4000 pessoas presentes no Coliseu.
O hiato entre as discográficas e as bandas tende a expandir-se, levando a uma revolução de proporções inimagináveis no negócio da música, “não é uma questão de sorte, é apenas uma questão de tempo!” (5).
(1)- “R-evolve”, 30 Seconds to Mars
(2)- “From Yesterday”, 30 Seconds to Mars
(3)- “Was it a dream?”, 30 Seconds to Mars
(4)- “Attack”, 30 Seconds to Mars
(5)- “Edge of the Earth”, 30 Seconds to Mars

Ana Nunes
nº3

7 comentários:

Perdidos na Teia disse...

ana ensina-me a escrever assim =(

eu a olha pa isto, fico como um "burro a olhar para uma palácio" :')

ass.david

Perdidos na Teia disse...

Um tema bastante interessante escrito de uma forma muito criativa. Gostei imenso.

30 Seconds To Mars

Perdidos na Teia disse...

Já agora, esqueci-me de assinar.
Sou o Rafael.

Perdidos na Teia disse...

Obrigado meus queridos!!

Anocas*

Anónimo disse...

Guillermo de Liera, vocalista dos Primitive Reason, declarou ao JPN que "o 'download' legal de músicas é óptimo para as bandas porque lhes dá uma projecção internacional que não obteriam de outro modo". Por outro lado, "os 'downloads' ilegais representam uma quebra de vendas enorme que levam a que as editoras não invistam tanto nos artistas, acabando por despedi-los por não serem rentáveis".

Professor disse...

Avaliação global:
Bom +

Professores: Alice e Paulo

Anónimo disse...

muito bom :)