04/11/2007

Quadras dedicadas á Feira de Castro

Mote:

Adeus ó Feira de Castro
Que já te fico conhecendo
Levo as unhas de pau gasto
E as bordas do cu ardendo






Foi uma cantiga cantada
Pelo coxo de Alfundão
Uma noite num serão
Ás quatro da madrugada
Na caixa não tinha nada
E o tempo corria áspero
Com muitas nuvens no astro
Sem ter casa nem gorida
Faço a minha despedida
Adeus ó Feira de Castro




A Joséfinha coitadinha
Tocava a sua guitarra
Sempre metida na farra
Uma noite inteirinha
Não vejo que sou ceguinha
É por isso que estou sofrendo
Mas apesar de não estar vendo
A feira estou a sentir
E por tantos anos cá vir
Já te fico conhecendo




E o Matias que também andava
Nessa dita companhia
Da Joséfinha era o guia
Que pela mão a levava
Tudo gente que cantava
Naquelas casas de pasto
Partiram sem deixar rasto
Alunos da mesma escola
E com tanto tocar viola
Levo as unhas de pau gasto



Com o cante no sentido
Já chegou o Zambujeira
Sentou-se numa cadeira
Ficou no grupo metido
Ali ficou entretido
Foi cantando e foi bebendo
Pelo jeito que estou vendo
Vou ficando embriagado
E com três dias assentado
E as bordas do cu ardendo

Poeta popular Manuel Mira

3 comentários:

Professor disse...

Interessante, mas devia ter "bolinha".

Professor: Paulo Mota

Perdidos na Teia disse...

discordo professor uma vez que as unhas de pau era e ainda é aquilo que se usa para tocar viola campaniça e as bordas do cu ardendo, bem isso era de passarem toda a noite sentados a tocar. bolinha não, isto parce-me mais um documentário de tradições!

Aluno: Rui Ribeiro

Professor disse...

Tem razão. Obrigado pelo esclarecimento. Já não está cá quem escreveu.